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domingo, fevereiro 20, 2005

7º Conto Parvo - A Grandiosa Demanda de Iuarafatgorn
Parte 1: A Recruta dos Melhores Guerreiros


Existiu, há uns 1980 anos atrás, um guerreiro da ordem de Neftgar cuja coragem e feitos foram recordadas pelo ser humano até à década de 80 do século XX. A partir daí ele foi esquecido, pois fez-se uma série muito estúpida género "Esquadrão Classe A" sobre ele o que decepcionou todos os fãs desta lenda e fê-los esquecer a sua grandiosidade. Mas, esta história foi directamente traduzida por mim, pelo Neoclipse, que se encarregou do nome do nosso herói, e pelo Middnight (onde se poderá ver o extracto que traduziu aqui e também mais adiante neste post) de pergaminhos originais obtidos no contentor do lixo perto daquela churrascaria no Feijó, onde servem "frangos assados à moda da avó".

Bem, continuando: esse guerreiro, cuja fama voltará à ribalta a partir de hoje com certeza, chamava-se Iuarafatgorn. Este era natural da antiga cidade de Morknoid. Mas, aos seus 14 anos, decidiu-se mudar para Avartuhn, uma pequena aldeia próxima de Bengadell. Por sua vez Bengadell pertenceu ao reino de Zagnash, que era distrito de várias terras conhecidas naquele tempo, como Ulikanatropus, Xisufinahdix, Vykeh, Janadixolandia, Yturinugnojux, Zeronix, Hilianozyritanhorlianurlianurus, Neozedyz, Carpethes, Balba, Tralba, Analba, Catrefalba, Mascagandamedordalba, Terionokeleax, AvuKali, Rwesq, Viviafityrun, Epilif, Ogait, Ad Atsoc, Seraos, Lemotdreff, Açambicquy, Hele e, finalmente, Puntspuntstuvisteaquilopuntspuntsolhaatuaamigarubenpuntspunts que fica depois da estrada ao lado daquela barraca como quem vai para Yvian.

Um certo dia Iuarafatgorn recebeu uma visita inesperada em sua casa. Era a feiticeira Kalana, uma feiticeira de mau nome por fazer uns biscates ocasionalmente num bar de strip. Esta também era temida pelo povo pois tinha fama de ser um arauto de desgraça para as casas que visitava. Iuarafatgorn, sendo ele um guerreiro destemido, dedicado à aventura e também por ouvir dizer que a feiticeira tinha um bom par deles, não receou que Kalana entrasse na sua residência. Como um verdadeiro bom anfitrião, o nosso herói permitiu que a feiticeira se instalasse comodamente na sua sala de estar e ofereceu-lhe uma bebida.

- Diga-me, Kalana, o que faz por cá?
- Procuro um jovem aventureiro. Ouvi dizer que você é um dos guerreiros mais valorosos no reino de Zagnash.
- Ah, isso são boatos exagerados. Agora quanto ao facto de dizerem que os meus olhos têm uma tonalidade entre o azul e o verde, isso já não posso desmentir.
- Bem, mas... Hhmm? Olha, pois é. Não tinha reparado.
- E o dos trinta centímetros também é verdade. - afirma Iuarafatgorn sorrindo maliciosamente.
- Han?
- TRINTA centímetros! Eheh!
- Ahm... Continuando, eu preciso de você para...
- Enfiar-lhe o meu comprido bastão?
- Não... O QUÊ?!
- Quer que eu lhe enfie o meu bastão?
- À próxima dessas quem lhe espeta um bastão sou eu, e é literalmente! - ameaça Kalana enquanto, num clarão, transforma o seu pau de apoio numa espada e a aponta impiedosamente ao pescoço de Iuarafatgorn.
- Ahm, quer mais vinho, Kalana? - diz o nosso herói, medrosamente.
- Sim, se faz favor.
A feiticeira baixa a espada, volta-a a transformar no seu bastão e prossegue a conversa calmamente:
- Paga-se bem a quem ajude na recuperação de um tesouro que outrora pertenceu à família de Thordos. Esse tesouro foi roubado do seu avô por um imenso e poderoso dragão. Uns dizem ser real, outros dizem ser artificial e controlado como uma marioneta por um poderoso feiticeiro. Ninguém sabe ao certo como ele é, mas existem relatos da destruição que já provocou e digo-lhe, nunca ouvi falar de algo tão devastador, tão implacável como...
- Você é mesmo muito sexy! - afirma Iuarafatgorn, com cara de rebarbado.
- ...
- Nunca me senti tão exciARGH! - o valente e perverso herói não pôde sequer concluir o que dizia pois Kalana atira-lhe um jacto de chamas através do bastão e queima-lhe uma perna. Iuarafatgorn corre desorientado com dores pela casa, enquanto a sua perna continuava em chamas.
- Bem, está se fazendo tarde. Sempre aceita entrar nesta aventura como protector e combatente de Thordos?
- Sim, sim, com certeza, Ugh! Argh! - respondeu ele ainda saltitando de dores em volta da sala.
- Então eu volto mais tarde com o próprio para se combinar o resto. Tenha um bom dia.
- Bom dia, minha senhora, Ouch! Ih!
Depois de Kalana ter saído, Iuar atira-se ao chão rebolando pela carpete para tentar apagar o fogo. Contrariamente ao que queria, o fogo passa para a carpete e incendeia a partir daí toda a sua casa. Ele consegue fugir a tempo de salvar a sua vida, mas fica com uma queimadura grave na perna.
- Raios! Tenho de arranjar maneira de curar isto. Mas não posso ir ao médico Esteves que ele anda com um pó a mim por ter apalpado a mulher dele no outro dia. - murmura ele.
- Meu Deus! - grita uma velhota que estava ao fundo da rua. - Meu Deus! Bendito sejas Iuar! Que valente guerreiro que és! Sobreviveste a uma maldição daquela bruxa!
- Ah! Não foi nada de especial. Ela apenas criou um monstro através de fogo que eu combati ferozmente com a minha carpete. Consegui-o vencer, mas ele, como vingança, autodestruiu-se espalhando chamas por todo o lado na minha casa. Consegui escapar, por sorte. - depois de acabar o relato, Iuar apercebeu-se que se tinha juntado muito mais gente naquele local.
- És invencível! És o orgulho da nossa aldeia!
- Viva o invencível Iuarafatgorn!
- Viva!! - gritaram todos em uníssono, fazendo o nosso herói sorrir de vaidade.
Depois de uma mulherzinha oferecer-se e fazer o curativo à sua perna, Iuar envia um sms a Kalana dizendo que não se podia encontrar com ela em sua casa, pois ela estava destruída. Ficou então combinado encontrarem-se numa taberna ali perto. Perto das 17:00 horas ele põe-se a caminho e, aproximadamente, 15 minutos depois chega ao seu destino.
(parte traduzida pelo Midd)

Entrando Iuarafatgorn na taberna do coelho leproso, é logo presenteado com uma multidão rodeando um único indivíduo, o herói aproxima-se da multidão e pergunta a um dos homens porque se encontrava espantado.

Iuar: o que se passa aqui? que feito grandioso fez este elfo?
Desconhecido: ele conseguiu matar uma Naga!
Iuar: Uma Naga!? A criatura com corpo de mulher com 6 braços, cauda de serpente? Uma mulher extremamente agradável de cabelos negros que apesar de não ter pernas e em vez disso uma cauda de cobra eu saltava-lhe para cima na mesma, pois aquela boca dá-me fantasias e aquelas seis mãos devem fazer maravilhas e depois só de pensar naqueles seios, naqueles tenros seios que eu não me importava de pôr-lhe a mão e a boca em cima! Aquela Naga que se a parte de baixo não fosse de cobra fazia um sucesso na industria porno que só com as mãos aguentava com meia dúzia de homens? Aquela naga que eu não me importava que ela fizesse sexo oral e que ainda no outro dia deu-me com a cauda em cima por eu lhe ter chamado réptil aprazível?
Desconhecido: yah... a que entrega pizas
Iuar: pois, essa mesmo. Mas como é que ele a matou? Ela é uma espadachim extra ordinária, eu nem lhe mando piropos quando ela tem mais que uma espada perto, pois tenho medo que ela me retalhe como fez aos homens que estavam nos andaimes a construir o castelo.
Desconhecido (perplexo): ela é uma espadachim que?
Iuar: extraordinária. Foi o que eu disse.
Desconhecido: ah pois, percebi outra coisa...

Nesse momento a historia começa a ser questionada pela multidão, curiosa para sabe como o elfo tinha conseguido esse feito

Pessoa na multidão: mas como é que a vencestes?
Patas, o guerreiro elfo: ah foi fácil, primeiro rodeamo-la...
Pessoa na multidão: rodearam-na? Eram quantos?
Patas: eramos 2, o anão, eu, o Carlos glorioso, o Tiago Snowstorm, e o Cristolotes Fiambrosio, por tanto como eu disse, éramos 7.
Pessoas na multidão: eram? Quantos são agora?
Patas: eu e o Snowstorm - diz o grande elfo apontando para uma pessoa com ambos os pares de membros amputados. Então o combate foi, primeiro rodeamo-la, depois ela decapitou o anão, o Cristalotes, ainda se aguentou bem, a Naga espetou-lhe logo uma espada pelo coração e depois lançou-o com as restantes 8 espadas contra a parede, ele aguentou-se uns 6 segundos antes de cair da parede.
Pessoa na multidão: ela não tinha só seis braços?
Patas: yah e o que é que eu disse?
Pessoa na multidão: nove
Patas: vai gozar com outro!
Pessoa na multidão: já agora como é que o Snowstorm ficou um vegetal?
Patas: ah, isso foi fácil! Ela com cinco espadas espetou uma em cada um dos membros dele e rebentou-lhe o tendão capilar dos membros todos.
Pessoa na multidão: tendão capilar? o que é isso?
Patas: então não sabes? Até o deixou paralítico! Mas foi nesse momento em que ela levantou-o com as espadas espetadas, que eu disparei uma flecha pela cabeça dela a dentro.

Ao dizer isso o evangelista Osvaldo, percebendo o que aconteceu aparece completamente indignado com o que Patas tinha feito.

Osvaldo: então quer dizer que a matastes à traição? Então és um cobarde!
Patas: pois és!
Osvaldo: eu digo que essa historia é toda mentira e sabes porque?
Patas: porque não é!
Osvaldo: não! É porque eu tenho um buraco na meia!
Patas: ai é? Isso é estúpido?
Osvaldo: estás a chamar-me estúpido? Tu és um borrego!
Multidão: Vai lavar a boquinha!
Patas: pois és!
Osvaldo: não consegues ter algo mais criativo que isso?
Patas: não preciso!
Osvaldo: mas agora a sério? isso é mentira!
Patas: é porque tu tens o buraco na meia?
Osvaldo: não! É porque eu encomendei uma piza!
Patas: o que é que isso tem a ver? Isso é ainda mais? - nesse momento como um flash o patas diz. ? Ah, agora lembrou que tenho de ir fazer os trabalhos de física!

E então ele começa a andar em direcção as escadas que levam para o seu quarto, ao mesmo tempo ouve-se uma moto a chegar perto da taberna e pela estalagem a dentro entra a Naga vivinha da silva com 4 caixas de pizas familiares.

Naga: quem é que pediu as pizas?
Osvaldo: fui eu!
Naga: ora aqui tens ? diz a Naga entregando as pizas. ? São duas moedas de prata e 7 de bronze.
Osvaldo: eu só tenho 3 de prata. Tens troco de 1 de prata?
Naga:
tenho ? diz a Naga trocando moedas com o Osvaldo e depois disso agarrando nas seis espadas que trazia as costas. ? Ok, agora se fazem favor, tenho de acabar um trabalho.

Ao dizer isso o Patas recua estrategicamente para o seu quarto. A Naga persegue-o a porta do quarto e começa a bater a porta dizendo.

Naga: oh amigo, anda cá para fora para eu acabar com isto.
Patas: agora não posso.
Naga: eu já estou fora da minha hora de trabalho como criatura assassina e ninguém paga-me horas extraordinárias.
Patas: eu saia mas agora estou a acabar os trabalhos de Física.
SnowStorm: não tinhas anulado a física?
Patas: yah, mas agora também não tenho aqui a minha arma, deixei-a em casa da minha avó.
Naga: não faz mal, eu posso fazer o trabalho sem luta tua, agora anda cá para fora para me despachar.
Patas: eu até podia saltar pela janela e ir buscar a arma a casa da minha avó.
Naga: então faz isso. ? a naga começa a descer as escadas mas o patas fala outra vez.
Patas: mas acho que não vou, como disse tenho de fazer os trabalhos de física.
Naga: mas o outro disse que tinhas anulado física.
Snowstorm: ahhhh, o whitecastouuuu está com medo! Não é whitecastouuuu?
Patas: tu é que és!
Snowstorm: whitecastouuuuu!
Patas: és!
Naga: rapazes, vamos nos concentrar na rapariga trabalhadora, ok? Eu preciso de acabar o serviço!
Snowstrom: Whitecastouuuuu, você quer levá na peida!
Patas: eu sei que queres!
Naga: isto está a tornar-se enervante.
Snowstorm: seu filho da netcabo! Até eu acedi a tua mãe!
Patas: isso era a tua!
Snowstorm: whitecastouuuuuu!
Patas: és!
Naga: Abda! Abda! Abda!
Snowstorm: eu andei a comer a tua mãe na 24 de Agosto!
Patas: enganastes-te, era a tua!
Snowstorm: não me enganei nada, ela até disse depois faz isto ao meu filho também!
Patas: pois, era para fazeres a ti próprio

A Naga completamente enervada lança uma da sua espada contra o Snowstorm acabando com a sua vida de vegetal, ela desce as escadas para vir buscar a espada outra vez ao corpo do Snowstorm e volta a subir batendo a porta outra vez mas nesse momento entra uma mulher pela porta da estalagem a gritar!

Mulher: o Grande Patas acabou de fugir pela janela do quarto.
Naga: ok, eu já não vou atrás dele, não estou para fazer isto sem ser pega? quer dizer paga.

A Naga desliza, pela taberna fora, deseja um bom apetite a todos e metendo-se na sua mota puxada por dois cavalos parte da frente dessa taberna de volta ao seu trabalho.
(/parte traduzida pelo Midd)

Mas Patas, o exímio e corajoso arqueiro, regressa dizendo que tinha afugentado a Naga com um pau.

- Ela, mal me viu, começou a chicotear os cavalos para a mota ir mais rápido, que eu bem vi! - disse ele, com a sua expressão estrategicamente idiota.
Porém, Osvaldo não parou de contradizer o elfo até ao momento em que apareceu uma rapariguinha de óculos a dizer: "Olá Osvaldo!". Aí ele foi obrigado a retirar-se do local de modo a evitar a sua admiradora.
Só então, depois de tudo isto, é que Iuarafatgorn repara na presença da feiticeira Kalana que estava acompanhada por um anão vigoroso, cujas barbas eram quase tão grandes como ele.
- Ah, com que então estão aqui. - disse-lhes o nosso herói.
- Olá de novo, Sr. Iuar. Este aqui é Thordos, o homem que você foi contratado para proteger.
- Homem não! Anão! - diz Thordos na sua voz gutural.
- Whatever. Patas! Chega aqui! - chama a feiticeira.
- Ah, estás aqui. Não te tinha visto.
- Tudo bem. Este é Thordos, é a ele que terás que proteger. Iuarafatgorn ajudar-te-á nesta missão. - diz ela, apontando para o corajoso guerreiro.
- Será fácil trabalhar contigo! - afirma Patas, apertando a mão ao nosso herói.
- Agora, que os dois melhores guerreiros do reino estão juntos, deixo-vos a sós com Thordos. Partirei para o oriente de modo a ir buscar um mago indispensável para a vossa demanda. Encontrar-nos-emos perto do Forte da Tromba. Thordos, conduz-los até lá.

E lá partiu a misteriosa Kalana na sua limusina branca puxada por um hipogrifo da mesma cor.
- Vai Facho de Sombra! - exclama ela, saindo a voar na sua viatura em direcção a leste.
Os outros três seguiram-na com o olhar até ela desaparecer no horizonte.
Continua.

Moral da história: Nunca fiquem tanto tempo sem postar.

P.S.: Agradeço ao Neoclipse e ao Middnight por me terem ajudado a criar esta história

segunda-feira, outubro 25, 2004

6º Conto Parvo - Tóre, o Carpinteiro

Tóre vivia na cidade onde morava. Este desempenhava a profissão de carpinteiro e era conhecido como o Deus do Trovão porque fazia o seu trabalho da maneira mais barulhenta possível. Ele também fazia uns biscates como costureiro nas horas vagas para ganhar mais uns trocos, pois era pai solteiro. Tinha por hábito dar nome aos seus objectos e decidiu chamar ao seu martelo Mário João Ostra Lourenço Nunes Ivandro Rupestre. Devido ao tamanho do nome, ele decidiu o chamar antes pela sigla: MJOLNIR.
O Deus do Trovão fazia inúmeras coisas com o seu martelo: coçava as costas, comia sopa, bebia aguardente, engatava miúdas, cozinhava, engomava, mudava as fraldas ao filho, fazia a barba, dava porrada nos gajos que o chateavam e pregava uma madeira ou outra durante o trabalho.
Um dia, enquanto trabalhava numa escola, um rapazito com uns quilitos a mais e inteligência a menos veio se armar em esperto com ele. Depois de um quase combate mortal entre o nosso herói, o "gordo violento que só ameaça" e um cabeçudo que reivindicava que Tóre lhe tinha sujado as calças, sem este sequer ter tocado nelas, aparece a mãe do autor.
- Onde é que estará a minha vassoura vermelha...?
- Mãe! O que fazes aqui? Isto pode ficar perigoso a qualquer momento! - diz o autor, saltando da narração para dentro da história graças a uma catapulta que se encontrava na sua sala de estudo ao lado do móvel, deixando a escrita do narrador para o Otário Benquerença.
- Perigoso? Achas? Para já o jovem Tóre não vai bater em putos porque nem vale a pena, e depois as crianças só tão assim maldispostas porque estão a perder o Shin Chen.
- Hmm, se tu o dizes...
- Agora com licença que vou só procurar a minha vassoura vermelha. - disse a mãe do Parvo, desaparecendo daquele sítio.
- Então vamos mas é esclarecer as coisas calmamente. "Rodolfo", tem calma que vês a repetição no Sábado e tu, das calças sujas, não culpes o Tóre por algo que ele não fez!
- Fez sim!
- Não, não fez!... Ugh! Argh!
- Hey! Parem de agredir o autor, suas caras de cão sodomita! - riposta o nosso herói, mas sem razão.
- Sem razão!? Eles agrediram-me, porra! Se tivesse dentro de uma grande área seria penalty! - replica, também erradamente, o Parvo.
- Erradamente? Mas que merda é esta?!
Cuidado com a linguagem, meu amigo! Olhe que ainda leva um cartão amarelo!
- Bolas, man! Só falta dizer que não viste ele a me pontapear o estômago?!
Nem eu nem o assistente vimos tal coisa!
- Raios partam! Seu árbitro incompetente!! Não serves nem para narrar uma história fielmente, quanto mais para "apitar" um derby! - afirma o Parvo, agarrando algumas pedras no chão para me atirar...
Bem, vou deixar a narração ao cargo do gajo que foi pedir uma fisga a alguém para me lixar a vida. Fui!... Ok, sou eu, o SSS, e tou de volta à narração, caros leitores. Peço-vos desculpa por esta confusão. Se virem o Benquerença, atirem-lhe uma pedra à cabeça por mim. Continuando:
Tóre, furioso levanta um carro que estava ali perto, com os seus braços dotados de uma força sobre-humana. Porém, os putos ao se sentirem ameaçados foram chamar os amigos que de perigosos nada tinham, pois até eram mais pequenos que eles. O "gordo violento que não passa sem ver o Shin Chen" ao sentir as "costas quentes" ameaçou Tóre:
- Olha que levas!
- Tu e eu falamos para o mês que vem! Mas falamos de uma maneira diferente! - disse o jovem das calças sujas, "pondo-se ao fresco".
O nosso herói, irritado, atira o carro impiedosamente contra o puto que fugia, sujando-lhe a camisola e partindo-lhe três costelas. Durante o choque, salta um boneco do Action Almost Man do bolso do "cabeças que não sabe o que é uma máquina de lavar".
Ele ao ver o seu brinquedo preferido no chão, recuperou das graves feridas, apanhou-o e foi falar com Tóre.
- Ena pah, obrigadão! Não me lembrava onde tinha posto este boneco.
- Yá! Desculpa lá por aquilo de há bocado. Afinal és um gajo porreiro! Qualquer dia convidamos-te para jogares PS2 ou então para chamarmos góticos a uns gajos que andam cá na escola. É muito divertido, acredita! - disse o "Rodolfo", com um sorriso nos lábios.
- Hmm, ok. - disse Tóre, achando estranha aquela súbita mudança.
- Olha! Por falar neles, 'tão ali os góticos! 'Bora persegui-los e atirar-lhes coisinhas para os irritarmos enquanto que nos rimos que nem uns cavalos!!
E dito isto foram todos divertidos atrás de uns gajos chamando-os de "góticos" e fazendo figuras tristes, deixando o nosso herói sozinho.
- Bem, isto foi um momento esquisito... - murmurou Tóre enquanto caminhava para o escadote a fim de pregar as ultimas tábuas que lhe faltavam. Enquanto passava por um arbusto uma cobra sai de lá e pica-lhe o pé injectando-lhe o seu veneno mortal. O nosso herói ainda matou o malvado réptil, mas morreu, pois ninguém quis lhe chupar o veneno, dizendo que ele cheirava mal dos pés. Até o seu pai Ode In recusou.
Agora, os crentes das lendas nórdicas, crêem que Tóre regressará um dia e comprará mortadela para todos os humanos, todas as sextas feiras no Pingo Adocicado, para que ninguém morra à fome.

Moral da história: Não gastem dinheiro em comida, pois o Deus do Trovão encarregar-se-á disso.

quinta-feira, setembro 02, 2004

5º Conto Parvo - Yarkirado Tomartanins Parte 2: A Maçã

Yarkirado, depois da primeira mensagem, começou a fazer o que melhor sabia, dar coro através de sms's. Fez-se amigo dela e soube que ela se chamava de Kate, que em português significa Maçã (a rapariguinha também costumava ser chamada de Caixa, talvez por caber lá muita coisa dentro). O nosso jovem herói decidiu então marcar encontro com a menina dos seus olhos no Inter. Aproveitou e foi com o primo, pois este tinha de tomar o seu café diário no bar do Inter. Lá dentro averiguou que a empregada que o iria atender era a Berita.
- Porra! Tinha logo de me calhar esta antipática! Bah! Vou ser frio a falar com ela! - disse para consigo.
- Boa tarde. O que deseja? - disse Berita, no seu modo distante e despachado, para o primo de Yarkirado.
- Um café e um bolo. - responde ele, ainda mais secamente.
- Que bolo?
- Aquele...
- Qual?
- Aquele ali.
- Mas qual?
- Aquele!
- Mas...
- AQUELE, JÁ!
- Qual, o meu?
O primo de Yarkirado fica impressionado pelo rumo da conversa, mas apercebendo-se que a antipática da Berita queria violação, não se fez de rogado e continuou:
- Sim! O teu! Despacha-te!
- Ah, 'pera, vou só pedir à MJ um preservativo.
- A MJ? Chama-a a ela também, rápido! Ela que traga outro que eu a despacho a seguir a ti!
- Ok, ok.
Enquanto o seu primo foi se divertir para a casa de banho com duas empregadas do Inter, Yarkirado esperava ansiosamente pela gótica. Uma mensagem por telemóvel veio informá-lo que ela não poderia vir, pois encontrava-se de férias no Al-Entejo (uma província japonesa com influências árabes e pseudo-marroquinas). Yarkirado teve então de esperar cerca de um mês para finalmente ver a sua musa. Novamente através de um sms, soube que Kate iria regressar e sair numa noite com as amigas para o cemitério ao pé do Coiso, um tal cemitério onde crianças tinham por hábito brincar (com o que não deviam). Yarkirado ignorou o medo que tinha a cemitérios e comprou umas vestimentas dignas de um gótico, cheio de acessórios como braçadeiras com picos de metal, coleira, fio com um pentagrama e um ceptro de plástico, tipo o dos Dimmu.
Vestir aquilo até que era fácil, a não ser quando passava por sítios onde havia "homens das obras", os quais o ofendiam chamando-o de gay, paneleiro, "merlin meizon" e satânico, mas, de facto, o mais difícil foi estar cerca de uma hora no cemitério à espera de Kate. As campas tornavam-se abominantes de noite, o mínimo barulho que ouvia assustava-o terrificamente. "Meu deus, e se os mortos se lembram de levantar e festejar o Yorkshire? Brrr! Arrepio-me todo só de pensar nisso!" - pensava Yarkirado.
Uma mão pesada caiu-lhe sobre o ombro direito e Yarkirado não conteve um grito de pavor. Quando se volta para ver o que o atacava, pôde averiguar que não era nenhum zombie fedorento com umas "havaianas" calçadas, mas sim a bela Kate.
- Que foi? Assustaste-te? - perguntou Kate, na sua voz meiga e sensual.
- N-nada. S-só gritei porque 'tou feliz de alegria de te ver n-novamente... - disse o nosso jovem herói, ainda com a voz trémula do susto.
- De certeza? Não será medo?
- Medo de quê? De estar aqui? Nah... Eu adoro cemitérios! Acho-os acolhedores, inspirativos e tal.
- Ok, nesse caso vamos ter com as minhas amigas.
- 'Bora! Onde é que elas estão?
- Estão ali a desenterrar uma defunta para tu praticares necrofilia.
- Ah?
- Queremos ver-te em acção. Aposto que com esse aspecto não te deve escapar uma morta!
- Err... 'Tás a reinar, não 'tás?
- Claro que não. Chegámos!
Yarkirado, surpreendido e enojado observa duas góticas a retirarem de uma cova os restos mortais de uma mulher. Não se conseguindo conter, vomita quando uma das amiguinhas de Kate se lembra de começar fazer "lesbiquices" com a defunta.
- Então, o que tens? - perguntou a "Caixa", mostrando-se preocupada.
- Blerrghh! Comi nabos na púcara. Acho que o jantar me caiu mal... - mente Yarkirado.
- Os nabos são indigestos?
- Nem por isso. Os púcaros é que são um bocado mais pesados. Devem me ter feito mal.
- Ah...
- Olha, lembrei-me que tenho de ir à farmácia comprar Aspégique para a minha cota.
- Que chatice. Tinhas de ir logo agora que as coisas iam animar...
- Pois, realmente... Mas não te preocupes! Depois a gente combina outra coisa qualquer. Fica bem!
E dito isto, o nosso herói foge que nem um desalmado daquele maldito cemitério. No entanto, não desistiu de Kate.

Moral da história: Foi divulgada na Parte 1.

P.S.: O diálogo entre a Berita e o primo de Yarkirado foi inventado pelo Rui Oliveira.

quinta-feira, agosto 26, 2004

4º Conto Parvo - Yarkirado Tomartanins Parte 1: A Demanda Pelo Número Sagrado

No antigo Japão, terra do karaté, terra dos samurais, terra da arte shinobi, terra do sushi, terra do Sol Nascente, terra das bolas do dragão, terra dos marinheiros lunáticos, terra dos bicos aos olhos, terra dos valores, terra das histórias de porrada, terra dos gajos que se descalçam ao entrar, terra da iguana mais famosa do Mundo, terra dos shurikens (aqueles objectos cortantes que aparecem do nada vindos lançados contra nós), terra dos homens-rãs, terra da educação exigentíssima, terra dos deuses gordos, terra vizinha da terra do arroz, terra portadora de pneumonias atípicas, terra dos desenhos com olhos grandes, nasceu e viveu um homem de nome Yarkirado Tomartanins.
Este jovem, na sua adolescência, ficou apanhadinho por uma gótica e passou a não dizer coisa com coisa, não que antes dissesse alguma coisa de jeito mas, realmente depois de a ver, ficou mais tolinho.
Querendo destruir "a barreira" que os separava, tentou descobrir o número de telemóvel da dita cuja. Falou então com o professor Karamba, especialista em bruxaria branca, azul-clarinha, lilás, grená, amarelo-esverdeada, cor-de-vinho, cor-de-rosa, púrpura, verde-turquesa, vermelha-jade, preto-russo, roxo-eslovaco, castanho-escuro-dinamarquês e cinzento-unha-dos-pés-de-javalis-islandês. O professor Karamba disse que para este ter o número de uma gótica tinha de subir a Montanha da Morte, pois lá em cima encontrava-se um feiticeiro que tinha o número de telemóvel de todas as gajas que existiam no Japão, naquela altura.
Yarkirado partiu então para a aventura, sem saber o que o esperava. Rapidamente subiu os primeiros cem metros de carreiro que iam dar a uma caverna misteriosa. Lá dentro encontrou uma tribo de Orcs. Estes seres têm como características serem feios, baixos, entroncados, mal-cheirosos, maldosos, malévolos, viciosos, obscenos, pedófilos, mórbidos, violentos, agressivos e rebarbados. Os seres, que outrora foram elfos, perguntaram a Yarkirado:
- Qué que fazes aqui, "góticó"!? Não me digas que vens armado em espertalhão tentar nos matar?
- Hmm? Então mas vocês são orcs ou são ursos?
E então, surpreendentemente, os estranhos seres tiram as máscaras de orcs mostrando a sua verdadeira identidade: eram, de facto, ursos! A tribo dos Ursos entra toda para dentro de um carro estacionado e oculto também na caverna e começa a perseguir Yarkirado. O carro tinha neons azuis, sirenes, "saias", jantes da Alpine e estava equipado com duas bombas de óxido nitroso. Yarkirado fugia do carro enquanto este corria cada vez mais rápido para o alcançar. A perseguição acaba quando um iraquiano se lembra de fazer um atentado suicida àquela caverna, como forma de mostrar o seu desagrado perante a união do Japão com os E.U.A. O iraquiano entra dentro de uma retro escavadora, equipada com explosivos de TNT, e escava até àquela gruta indo depois contra o carro dos ursos, permitindo a Yarkirado continuar o seu caminho sossegadamente.
Depois de ter andado uns 50 metros, este apercebeu-se que havia uma abertura que ligava para um enorme jardim. Mal ia a entrar, o nosso herói teve de se esquivar de uns shurikens que se lembraram de passar ali naquela hora. Mais adiante encontrou umas ninfas que o tentavam impedir de continuar o seu caminho, persuadindo-o. Ninfas são as divindades femininas secundárias associadas à fertilidade e identificadas de acordo com os elementos naturais em que habitavam, cuja fecundidade encarnavam.
Elas chamavam-se Lip Ah, Sahah Rah e Leyha e deram todas o seu número ao Yarkirado, mas este, apesar do coro que desperdiçava com elas no telemóvel, não lhes ligou grande importância e seguiu o seu caminho até ao cimo da montanha. Demorou cerca de 12 horas a concluir a viagem. Estafado, e avistando, finalmente, o cume da montanha, sentou-se numa rocha encostando-se a uma parede verde, escamosa, com asas e focinho de lagarto. Curiosamente a parede também deitava fumo das narinas quando expirava, mas Yarkirado estava demasiado cansado para averiguar que tipo de parede era aquela e adormeceu. Porém, a parede devia estar com fome pois engoliu-o de um só trago.
Dentro da barriga do enorme ser, Yarkirado avista um homem de elevada idade e de vestes compridas.
- Quem és tu? - pergunta Yarkirado.
- Eu sou o Feiticeiro da Montanha.
- Eh, também foste comido por esta estranha parede?
- Isto não é uma parede, idiota! É um dragão!
- Hmm? Mas o narrador tinha escrito que era uma parede?
- Bah! Ele é parvo!
Parvo és tu, feiticeiro do catano!
- Pó ***alho!
Olha me o gajo! Se continuas com essas merdinhas elimino-te da história e digo que um colega do amigo do Yarkirado é que lhe deu o número da gótica!
- Tss! Não tens coragem! E além do mais assim a história não faria sentido algum...
Ah, não?
Yarkirado pede o número da gótica a um colega de Feliciahnno. Este dá-lho e Yarkirado começa a bater o coro à gaja, primeiro com uma mensagem.

Moral da história: Será divulgada na Parte 2.

segunda-feira, agosto 16, 2004

3º Conto Parvo - A Lenda do Guna Artur

Reza a lenda que em Kamelot, durante a Idade Média, houve um guna que aterrorizava todos os habitantes. E é aqui, no Blog do Parvo, onde a história será contada pela primeira vez.
Estava Guida com os seus amigos no Kamelot Fórum, mais especificamente naquela loja de colans, quando entra Artur juntamente com a sua crew.
- Oh não! Os Gunas da Tábua Redonda! - exclamou, secamente, Jorge (um dos amigos de Guida). Provavelmente, a crew de Artur deve ter ouvido o que ele dissera, o que fez com que fossem ter com ele pedindo satisfações.
- Comé, beto? Tavas aqui a gozar cos manos para quê?
- Eu n-não tava a gozar... a s-s-sério... - disse Jorge, atrapalhado. Artur mostrou-se pouco convencido com as desculpas dele.
- Hmm? Vejo que tens aí um belo relógio da Oh Mega.
- Não, por favor o relógio não! - implorou, inutilmente, Jorge.
- Tá calado se não queres que eu te xine! Bem, beto, tu com um relógio desses só me deixas uma hipótese...
E então Artur deita a mão ao bolso e retira de lá um objecto perante o olhar apavorado da sua "vítima".
- Giro-te este relógio, beto, e é bom que te despaches a agarrá-lo antes que eu também te dê o meu boné da Bufo e as minhas calças da Timberlake!
- Mas... chuif... eu não quero... chuif... - disse Jorge, começando a chorar.
- Lança Lotes, gira-lhe as tuas botas de pele de crocodilo! - ordenou Artur a um dos seus companheiros.
- Deixem-no em paz e parem de lhe dar coisas, seus... seus malandros! - exclamou, corajosamente, Guida.
- Dama, não penses que por seres fêmea não te damos os nossos ténis da Reboque. Até te digo mais, como castigo estoiramos-te toda!
Guida recuou, assustada, perante as ameaças que lhe foram proferidas. O seu amigo Jorge chorava desenfreadamente por lhe terem oferecido o tal relógio, as botas e ainda mais um fio em ouro.
Deus, perante a injustiça que os seus olhos não puderam deixar de ver, diz, na sua voz cavernosa:
- Aquele Artur merece uma lição! Que cheiro?? Rita, quantas vezes já te disse para não fumares na minha cama?!
- Desculpa, deus. É que depois do acto sabe sempre bem um cigarrinho...
Apaga mas é isso! Tu deves querer-me matar de cancro!
- Err... Mas tu não és imortal e invulnerável a todo o tipo de doenças?
- Achas mesmo que sim? Se fosse assim tão invulnerável não usava preservativo.
- Ah! Eu pensava que não usavas para não me engravidar. Depois ainda podia sair outro Messias chato, não?
- Pois. Também por isso.
- Ouve lá, quando engravidaste Maria, ela era mesmo virgem? - perguntou, curiosamente, Rita.
- Hmm... Antes era... Bem, isso agora não interessa! Quanto é que eu te devo?
Depois de pagar o que devia à Rita pelo serviço que lhe prestara, o Senhor foi para o seu escritório meditar sobre o que deveria fazer ao arrogante Artur.
- Já sei! - exclamou deus - Vou fazer um guna ainda mais poderoso que Artur e este o vitimará.
E então, através do vento, do pó, dos ácaros, da humidade, daquelas formigas que têm asas, dos porcos voadores e dos cereais Choca e Pica deus fez a guna Morgue Ana. Mas como achou pouco, decidiu fazer um guna maior e mais poderoso. De várias misturas entre estrôncio e potássio, saiu o mago Mer Lin. Deus, satisfeito com o seu trabalho, mandou-os à Terra e ordenou que "atrofiassem" com Artur.
­Artur estava sozinho em casa, tentando descodificar o canal 35, quando aparecem vindos do ar que entrava pela janela aberta, Mer Lin e Morgue Ana.
- Ei! Quem são vocês?
- Eu sou o gajo que comeu a tua mãe ontem! - disse Mer Lin, maliciosamente.
- Ah, ok. Então põe o dinheiro em cima da secretária, que quando ela chegar do trabalho eu aviso-a.
- Tu tás a gozar connosco? - perguntou Morgue Ana, de um modo ameaçador.
- Eu não...
- Bem, beto, como vejo que tás a armar-te em chefe sabido vou te girar esta espada.
- Pó ***alho!
Mer Lin congela lhe os músculos, proibindo Artur de recusar tudo o que lhe davam.
- E como és mal-educado não te damos esta espada ferrugenta, mas sim a Ex-Malibut, a espada do rei.
- E eu dou te a cidade de Kamelot!
- E eu oriento-te o reino de Inglaterra!
- E eu giro-te aquela gaja boa, a Guida!
Artur, não se podendo mexer o que o impossibilitava de espancar aqueles dois indivíduos e recusar tudo o que lhe davam, limitou-se a chorar, chorar como os betos com quem se metia.
E foi assim que Artur se tornou Rei de Inglaterra.

Moral da História: Não faças mal aos outros a menos que queiras ser Rei.

terça-feira, maio 11, 2004

2º Conto Parvo - Magos, Feiticeiros e Derivados

Era uma vez um cromo que decidiu contar 9 contos, mas devido à falta de inspiração não se admirem se ele parar a meio.

Era uma outra vez um outro cromo que decidiu dizer que os magos não são feiticeiros, que as flores não são plantas, que os pêssegos não são frutos, que as panteras não são animais e que o Máical Géquesahn não é pedófilo. É óbvio que o povo não acreditou em tudo o que ele dizia. Na realidade, só acreditaram em duas coisas: a teoria de haver uma distinção entre magos e feiticeiros e o facto de ele dizer que as flores não são plantas. Mas, mais tarde, com a botânica, veio se a provar que afinal as flores sempre pertencem ao grupo das plantas.

Esse gajo, mais tarde, ficou conhecido como o Grande Fundador da Grande Doutrina Mas Não Assim Tão Grande Como Isso. A doutrina, como tinha um nome muito comprido, decidiram chamá-la antes de Doutrina Com Nome Grande. Mais tarde ficou conhecida por "Ui Ca Ganda Nome", com a evolução fonética desta, passou a ser denominada por "Ui Ca". Há uns poucos anos atrás, uma pita qualquer lembrou-se de escrever "WiCcA" e assim ficou.
Existem dois tipos diferentes de WiCcA:

1- WiCcA Hereditária: Quando alguém se apercebe que tem poderes sobrenaturais porque o pai trabalhou numa central nuclear e foi exposto a resíduos. Toda a gente sabe que este não morre de cancro, mas sim, torna-se super-poderoso e passa os seus poderes à sua descendência. Portanto, a criança passa a ser um/a bruxo/a WiCcAnO/A super-poderoso/a;

2- WiCcA Tradicionalista: Quando um indivíduo não é feiticeiro, pois a magia não lhe está no "sangue", mas é um mago. Ou seja, adquire poderes estudando e concentrando-se em velhas fórmulas para poder utilizar os seus poderes. Uma das fórmulas mais conhecidas é o "Abra Kadabra" que faz crescer as unhas dos pés. Ora, digam lá "Abra Kadabra"... Agora não cortem as unhas durante uma semana. Depois, digam se cresceram ou não...

Também existem maneiras de uma pessoa desenvolver o epírito WiCcAnO. Se estiver interessado, contacte para o número 212476669 (nº de telefone da Madame Saraiva) e contribua com a módica quantía de 700?. De seguida, siga estes três passos essênciais para desenvolver a magia dentro de sí:

1- O Não Julgamento: "Aprenda a amar-se e a se conhecer. Todos os problemas desaparecerão". Estou mesmo a ver uma mulher a receber o telefonema de um cobrador: "Minha senhora, você disse que entregava o dinheiro na semana passada. Ainda estou à espera do que me deve...!" "Mas desculpe lá, eu amo-me! Eu conheço-me tão bem como a palma da minha mão! Logo, este problema não devia existir" "Ah, peço desculpa. Sendo assim não a incomodo mais. Nunca pensei que tivesse uma auto-estima tão vasta... Estou tão arrependido que até a vou indemnizar. Ora bem, quanto precisa?";

2- A Meditação: "Meditar é um estado de testemunho silencioso e de paz". Ou muito me engano, ou o autor destas palavras sábias quiz enganar muita gente. Testemunho, pelo que eu saiba, é "acto de testemunhar" e não um estado de espírito e muito menos silencioso. Este testemunho tem, portanto, sentido ambíguo. O que o autor queria dizer, é que se uma pessoa meditar muito tempo, transforma-se numa testemunha de Jeovah. Ou seja, para ser WiCcAnO é preciso acreditar em Jeovah, vestir fato e gravata, ou saia e levar sempre malinha com o livro de cânticos, com um livro de estudo bíblico infantil, com um livro de estudo bíblico para adultos (com a foto da Asia Sargento nua na página central), com as revistas da prache (a sentinela e o despertai) e, finalmente, com a Bíblia Segregada.

3- A Biodanza: "É uma actividade saudável que todos podem experimentar, não é preciso saber dançar, é suficiente o desejo de renovar-se". Eu nesta, quase que me transformei num ancião de Jeovah, por meditar tanto para descobrir o seu significado. Mas, cheguei a uma conclusão simples e fácil de se alcançar. Basta pensar em quem dança para se "renovar", mesmo não sabendo dançar... Vá é fácil... É isso mesmo! Os dançarinos de Hardcore! Esta é dada, meus amigos.

Conclusão de Desenvolvimento WiCcAnO

Para evoluir nesta religião cada vez mais conhecida e dispersa em todo o mundo, basta: gastar uma pipa de massa na Madame Saraiva, ou em qualquer entidade WiCcAnA perto de si; ter uma auto-estima elevada; meditar para se transformar numa testemunha de Jeovah; ser um Hardcore Dancer.
Não fique indiferente a esta religião de prestígio e não negue à partida uma ciência que desconhece, telefone para 212476669 e prepare de imediato o livro de cheques.

P.S.: (Este "post scriptum" existe só para não me julgarem mal) O meu objectivo não era gozar com o Laika quando falei da distinção de feiticeiro e de mago, pois eu já tinha conhecimento dessa teoria há algum tempo. O objectivo deste post era criticar só, e unicamente, a WiCcA. Pronto, também gozei um bocado com as testemunhas, mas foi só um bocadinho...

terça-feira, abril 27, 2004

O Parvo a Aparvalhar

Mais uma história exclusiva para este blog. A seguir à "quintologia" da Assassina Rouca, darei início a uma série de 9 Contos Parvos só e únicamente dedicado a vós, caros leitores. O Cajó morreu na semana passada, logo só tenho cinco pessoas a verem isto. Mas, com certeza, são os cinco leitores mais bem humorados do País. Se nunca viram este blog e é a primeira vez que cá estão, fechem a "janela" e não contem a ninguém que por cá "passaram", podem ser descriminados! Se por acaso não têm medo da descriminação e querem experimentar coisas novas, bem vindos ao meu blog!

1º Conto Parvo - O Velho dos Burros


Por volta do século XIV, havia uma aldeia situada entre Bragança e Faro denominada por Travancinha de São Tomé. A aldeia era bastante pequena e os mercadores e vendedores não tinham por hábito passar por lá. Porém, sempre teve uma bela vegetação e paisagens "de cortar a respiração". Esta aldeia era também um bom ponto para se efectuar comércio, pois fazia-se todos os anos uma feira enorme no centro da aldeia. Nessa feira centenas de comerciantes, vindos dos arredores, reuniam-se e vendiam ali quase tanto como o que vendíam num ano inteiro. Muitos deles enriqueceram e construíram castelos só para si, como por exemplo aquele situado em Linhares da Banha. O único verdadeiro defeito de Tranvacinha de São Tomé era o escasseamento de florestas e, consequentemente, a sua paisagem ser árida e não provocar interesse a ninguém.

Nessa feira quem menos lucrava era o comerciante de jumentos, o velho Gestrudes. Gestrudes, quando era novo, vendia possantes cavalos, mas com o passar dos anos, passou a vender jumentos, pensando que lucraria mais. Erro crasso, pois empobreceu, endividando-se como o homem da mercearia, o qual lhe vendia ração para os seus animais. Mas Gestrudes não tinha ido à falência pois tinha um belo "pé de meia", dinheiro guardado na sua juventude, enquanto vendia rigorosos javalis. Gestrudes podia ser um homem remediado, mas podia orgulhar-se de dizer que não devia nada a ninguém.

Ía ele á caça de jumentos na mata, quando observa uma placa em madeira com umas iscrições. Gestrudes não sabendo ler tentou adivinhar o que nela dizia. Por sorte estava um leproso a passar pela mata naquele momento. Gestrudes chama-o e pede-lhe para que ele leia a placa. O "Lepras" diz: "Gambosinos a norte, unicórnios a oeste, javalis a este, aranhas-camelo a nordeste e jumentos a noroeste". Então Gestrudes reconheceu a voz do "Lepras". Era um antigo colega dele do secundário! Gestrudes teria o abraçado, mas teve de atirar umas pedras por o "Lepras" ter se aproximado demais.

O nosso velho herói prosseguiu para sudoeste para caçar uns jumentos. Durante o caminho Gestrudes encontrou um velho, mas só que este era muito mais velho, apesar de aparentar ser mais novo, mas nao tao novo como Gestrudes, apesar de este também ser velho, isto é, Gestrudes devia ter uns 76 anos, o outro devia ter à volta de 200, mas este último parecia ter uns 80. Ou então era ao contrário... Já não me lembro... Prossigam e caguem nesta parte!

Prosseguindo, o nosso velho herói, mas não tão velho como o homem que encontrou no caminho (ou vice versa), dirige-se à estranha personagem perguntando as horas. O outro responde: "Tu deves 'tar parvo, pá! Como queiras que eu saiba as horas? Os relógios ainda não foram inventados, "máne"!". Gestrudes olhou com cara de repúdio para aquele patife que inventara uma desculpa só para não lhe dizer as horas. Gestrudes, não se contendo cospe no chão, como sinal de nojo. O outro indivíduo repete o gesto, com o mesmo objectivo. Gestrudes ainda mais enfurecido vai mais longe e cospe na cara do adversário. O velho-mais-velho-mas-que-aparenta-ser-mais-novo-apesar-de-parecer-ter-mais-idade-que-o-nosso-herói "passa-se" e repete o gesto. Gestrudes desvia-se, graças à sua ligeireza adquirida nos tempos em que vendia touros, tendo-se treinado com eles, aguçando uma técnica de luta infalível. O outro "cota" enerva-se por completo e saca de uma adaga de lâmina preta e cabo rosa choque. "Muito "fashion" a tua faca!" - diz Gestrudes irónicamente para o "cota-mais-cota-mas-não-tão-cota-mesmo-assim-sendo-mais-cota". De seguida o mesmo tenta apunhalar o nosso herói, mas inutilmente, pois este esquiva-se mais uma vez. Surpreendentemente, Gestrudes saca da arma da mão do adversário e espeta-a directamente no coração deste.

Gestrudes, em seguida, reza a deus por lhe ter concedido esta vitória. Depois de ter acabado de orar, segue o seu caminho. Anda cerca de meia hora até que avista um jumento mágico. Este jumento dizia-lhe, encantadoramente: "Aproxima-te, ancião". O nosso herói, pensando que iría enriquecer de vez graças à venda do jumento falante, ao aproximar-se leva um coice do animal, voando cerca de 3 metros e indo de encontro a um ramo. E assim morreu Gestrudes, empalado num ramo graças a um burro falante. Mais tarde, esse mesmo animal foi para a Transvestânia e começou a ser chamado de Vláde o Empala-através-de-coices-inesperados-mor (sendo diminuído mais tarde, devido a transformações fonéticas, para "Empalador").

Moral da história: Não ler a próxima pois será uma perda de tempo!

Ass.: O Parvo (aka Stupid Son of Sam)


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